Por Marina Messias
Os animes e mangás são reconhecidos pela beleza das formas dos personagens. Cabelos, rostos, corpos, tudo é muito bem desenhado, beirando a perfeição.
Os traços do desenho variam segundo o estilo do autor e o destino das histórias: o Shoujo (mangá para meninas) apresenta traços leves e cores suaves, enquanto o Shounen (destinado a garotos) prioriza a força e o detalhamento das imagens.
As imagens são tão requintadas e belas, que encantam até mesmo quem não é fã de cultura japonesa. Ou você nunca se viu maravilhado pelas linhas bem definidas e olhos marcantes de algum anime?
A beleza e a delicadeza dos traços são encantadoras. Mas, por acaso, alguém já ouviu falar em Crayon Shin Chan? O desenho do menino sapeca e desbocado passa longe das características clássicas de um mangá.
Shin Chan é feito em traços infantis, que lembram rabiscos numa folha de papel. Por ser um anime engraçado e que diverte adultos e crianças, os traços mal feitos nem são percebidos pelo público já envolvido pelas risadas.
Comparado a Bart Simpson, Shin Chan apronta as mais inocentes e divertidas confusões, não só com sua mãe, mas também com os otakus de plantão, que se perdem nas brincadeiras e os rabiscos que formam os personagens do anime, que na verdade, nem parece um anime. A qualidade dos traços do anime não é a melhor, mas a série é uma das mais assistidas no Japão, além de ser a mais longa ainda em exibição. (Ele é exibido na TV desde 1992).
Shin representa a liberdade de criação, mesmo em um estilo tão definido como a forma de fazer mangá. Ele não é o mais bonito ou delicado, mas é, com certeza, um dos mais divertidos e bem sucedidos animes do Japão.