Por Karine Figueiredo
Os mangás surgiram no período Nara, no século VIII, com o surgimento dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Nessa época, eles relacionavam pinturas e textos que contavam uma história à medida que eram desenrolados. Esses foi o primeiro objetivo dos mangás.
No período Edo (24 de março de 1603 até 3 de maio de 1868 no Japão) os rolos foram substituídos por livros. Essa nova publicação apresentou estampas destinadas à ilustração de romances e poesias. Durante este período, surgem os livros com o foco na visão e não mais na leitura. As ilustrações começam a ser predominantes nas publicações.
Porém, nesta época, os mangás ainda não tinham a sua forma atual, que surge no começo do século XX, sob influência de revistas comerciais do ocidente vindas do Estados Unidos e Europa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o artista Osamu Tezuka dá vida ao mangá moderno. O desenho atual japonês é baseado no Walt Disney e Max Fleischer, no qual os olhos, boca, sobrancelhas e nariz são desenhos de maneira exagerada como o foco na expressividade dos personagens. Tezuka apresenta os movimentos nas histórias de mangás, através de efeitos gráficos, como linhas que dão impressão de velocidade. Assim, a história das revistas começaram a ser divididas em capítulos.
Osamu Tezuka produz em 1963, em seu próprio estúdio, a primeira sério de animação da televisão japonesa – o Mushi Production -, o que hoje é chamado de anime. Nesse período, as mangás tinham o foco em jovens e crianças, porém Tezuka acreditava que as histórias deveriam ser mais complexas, então criou desenhos japoneses também voltados para adultos.
Dessa forma, os mangás conseguiram adeptos de diversas idades, pois apresentam histórias sobre variados temas, que expressam principalmente conceitos culturais. Eles tornaram-se um fenômeno de vendas no Japão e nos Estados Unidos. No Brasil, os mangás também possuem uma grande aceitação e muitos fãs.
Diante dessas informações, é possível notar que os mangás foram criados com o objetivo de entreter, mas cada época fez com que eles fossem evoluídos. É interessante perceber que o foco principal do desenho japonês é a visão e não a leitura. Os desenhos precisam chamar a atenção do leitor. Hoje, vemos que isto realmente acontece já que as revistinhas estão cada vez mais coloridas e cheias de novidades, sem deixar que as marcas principais dos mangás fiquem de lado, como os olhos grandes e personagens repletos de expressividade.